Gestores de RH de três empresas contam quais
informações da rede social favorecem ou prejudicam os candidatos nas seleções
para empregos no setor
Tudo
bem que o setor de tecnologia precisará contratar milhares de pessoas nos
próximos anos: a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da
Informação e Comunicação) estima que 420 mil novas vagas serão abertas até
2024. Mas com a disseminação de ferramentas como o Linkedin, nada indica que os
processos seletivos serão mais simples. A rede social profissional permite aos
recrutadores ter acesso aos currículos de profissionais de todos os cantos do
país (e do mundo). Diante de uma infinidade de possíveis candidatos, o que os
RHs buscam nos perfis do Linkedin?
Gestores
de pessoas de três empresas de tecnologia listaram os dados críticos para uma
contratação que devem estar disponíveis nos perfis do Linkedin dos
profissionais do setor. Também indicaram informações da rede social que podem
favorecer ou prejudicar os candidatos durante uma seleção. Confira:
“Você enviaria seu currículo de um ano atrás? Em
tech, não”
No
setor de tecnologia, não é raro mudar de emprego com uma certa frequência. Com
o mercado aquecido, novas oportunidades surgem o tempo todo. Por isso, é
importante manter uma rotina de atualização do perfil no Linkedin. “Você
enviaria seu currículo de um ano atrás para concorrer a uma vaga hoje?
Provavelmente não, já que deve ter feito um curso ou adquirido novas
experiências nesse meio tempo. O raciocínio é o mesmo com o Linkedin”, diz
Marcelo Linhares, especialista em Recursos Humanos da HostGator, multinacional
de hospedagem de sites. “Verifique seu perfil a cada três meses ou sempre que
houver uma novidade. Saiu de um emprego, entrou em outro? Atualize seu cartão
de visitas virtual imediatamente”.
“Que tecnologias você conhece? Queremos gente
ligada nas mudanças”
Além
das experiências profissionais, contam muito na seleção as tecnologias que o
candidato conhece, estuda ou com as quais já trabalhou. Há, por exemplo,
dezenas de linguagens de programação – e, muitas vezes, as empresas precisam de
profissionais que conheçam uma delas em especial. “Cada vez mais os perfis
autodidatas são interessantes. Como as tecnologias mudam rapidamente, os
profissionais adaptados a esse dinamismo têm um diferencial”, diz Bárbara
Daniel Vieira, coordenadora de Desenvolvimento Humano e Organizacional da
Supero, empresa de desenvolvimento de softwares. “Seu perfil no Linkedin deve
informar que tecnologias conhece. Queremos gente ligada nas mudanças”.
“Suas postagens dizem um pouco sobre você”
Perfis
descuidados no Linkedin causam má impressão. Falta de informações, resumo sem
foto ou mal redigido pegam mal. “Enfeites” excessivos, também. “Algumas pessoas
gostam de dar nomes para suas funções que, na verdade, não existem”, diz Pâmela
Lisboa, coordenadora de Pessoas do Asaas, startup de gestão de pagamentos e
cobranças. É importante ainda ficar atento às postagens feitas na rede social,
já que elas indicam o posicionamento dos candidatos em relação a diferentes
contextos e assuntos. Se a vaga exige um perfil comunicativo e ativo na
comunidade, a movimentação no perfil é interessante. Mas a atividade online
também pode ter o efeito contrário. “De início, não eliminamos candidatos por
conta de postagens. Mas menções que façam apologia a ideologias de ódio, por
exemplo, podem causar a eliminação do processo seletivo”, diz Pâmela.
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